quinta-feira, 18 de junho de 2009

A perspectiva de um aluno


Nuno da Silva Jorge licenciou-se na Universidade Lusófona no Curso de Ciências da Comunicação e da Cultura. Hoje encontra-se a terminar o primeiro ano de Mestrado em Relações Públicas na Escola Superior de Comunicação de Benfica. Em conversa com o Influências e um pouco como se estivéssemos no Twitter teceu as seguintes considerações a partir desta questão:



De que modo a publicidade pode usar o twitter?


  • Quando falamos de publicidade on-line, para além da questão do retorno financeiro do investimento, existe a questão da invasão de privacidade, especialmente se estivermos a falar de redes sociais.
  • Nas redes sociais, a publicidade é interiorizada pelo utilizador como algo inconveniente: janelas de pop-up, mensagens e comentários ao perfil, banners publicitários, etc. Todos nós a tentamos contornar e evitar, não nos sentimos muito à vontade com a presença da mesma. Então, como as marcas devem usar as redes sociais para comunicar?
  • O grande problema dos modelos de publicidade tradicional, na Internet, é que funcionam como canais de informação assimétricos, e não se integram num mundo interactivo. A comunicação on-line deve, então, adaptar-se a esta nova realidade, através de sistemas de comunicação que permitam uma comunicação entre marca e públicos (e não apenas da marca para os públicos). Esta adaptação permitirá às empresas construir relações, adaptar-se a novas realidades e perceber interesses e motivações dos seus públicos, de forma a reforçar o seu posicionamento no mercado. Neste contexto, a ideia de relações públicas emerge como ideal neste novo mundo.

  • No caso concreto do Twitter, qual a utilidade do mesmo do ponto de vista da comunicação institucional? Como sabemos, o valor de uma rede (seja ela de telemoveis ou rede social on-line) está directamente ligado à sua dimensão: quantos mais utilizadores, mais valiosa ela se torna. O Twitter deve ser visto como uma plataforma comunicativa, uma ferramenta ao serviço da comunicação. As empresas devem-nos usar para falar com os públicos e não gritar para eles, devem colocar informação útil e criar relações com os seguidores. O uso do Twitter deve ser enquadrado numa estratégia organizacional, tendo em conta as suas possibilidade, e não deve ser usado desnecessariamente, correndo o risco de anular a sua utilidade.
  • O uso do Twitter para media relations é algo confuso neste momento. Muita coisa tem acontecido em pouco tempo e ainda se procura um ponto de estabilidade sobre este assunto. Questões como a credibilidade da fonte ou a influência que se pode criar sobre a opinião dos jornalistas são questões delicadas e que merecem a nossa atenção. No entanto, temos de ver que o Twitter é apenas uma ferramenta. O Twitter por si não altera a credibilidade da informação, nem cria nenhuma manipulação de opinião.
  • Cabe aos jornalistas certificarem-se que a sua reputação está assegurada e não metem em causa a sua credibilidade. E cabe aos profissionais de comunicação usar o Twitter para comunicar com os seus públicos, não numa perceptiva comercial, mas na construção de relações onde o entendimento mútuo é benéfico para ambas as partes.

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