quinta-feira, 18 de junho de 2009

Entrevista - Paulo Querido


Jornalista freelancer, formador e consultor em Tecnologias de Informação e Conhecimento. Isso seria dizer pouco sobre o jornalista em questão, Para além de outros projectos Paulo Querido lidera ainda a equipa do Twitterportugal, webzine do Twitter em português e respondeu a algumas questões sobre o Twitter e a sua influência no futuro dos jornais que, segundo o próprio "está a influenciar os jornais HOJE"



Primeiro lançou o TwitterPortugal, depois o TwitterPortugal Blog que balanço faz do crescente impacto do Twitter nos portugueses nestes últimos meses? O Twitter veio para ficar ou brevemente passará de moda?

O balanço é rápido: depois de uma fase de grande crescimento, temos agora menos adesões dos portugueses. A rede cresce, mas mais devagar.
O webservice Twitter, como o conhecemos, está sujeito às leis do mercado e poderá ter uma vida mais ou menos curta em função da capacidade e objectivos dos seus dirigentes. O twitter enquanto legado técnico, veio para ficar. É uma layer comunicacional quase ao nível do protocolo. Daqui a 10 anos olharemos para trás, para os primeiros tempos do Twitter, e veremos o que hoje vemos, por exemplo, nos newsgroups, que foram a moda, se quiser, no início ds anos 90, e hoje não são -- mas continuam, aperfeiçoados e com cada vez mais utilização.

-No comentário a um dos artigos do seu blog Certamente escreveu o seguinte “Usando cores básicas eu diria que a comunicação é clara e a propaganda é escura”, de que cor seria o Twitter tendo em conta que pode ser simultaneamente uma ferramenta de comunicação e de propaganda?

O Twitter é como o papel de jornal: não tem cor. As cores estão na tinta com que passamos as mensagens. No Twitter, como nos jornais, como principalmente nos blogs, há comunicação, há informação, há conhecimento, mas também há propaganda e desinformação.


-As marcas e as empresas de Webmarketing devem aderir ao Twitter ou é um erro encarar o Twitter como uma ferramenta publicitária?

Não tenho uma resposta clara sobre a primeira questão -- não considero obrigatório aderir. Num universo de abundância de meios e de canais de comunicação, em rede, o importante é escolher quais os meios e canais mais adequados ao que pretendemos comunicar.

Agora, que ninguém tenha ilusões: não há meio de comunicação que não seja, também, uma ferramenta publicitária.

-O Twitter pode vir a ter influência no futuro dos jornais? De que modo poderá ele ser utilizado pelos jornalistas?

No futuro? Não. O Twitter está a influenciar os jornais HOJE. Não apenas em termos da operação jornalística -- remetendo aqui para o dossiê Irão para se perceber com um caso real e muito próximo a latitude dessa influência -- mas também em termos da operação de distribuição. Não quero dar valores, que aliás variam em função da presença de cada meio no Twitter, mas revelo que o Twitter é hoje uma fonte de tráfego -- isto é: de leitores -- importante. Nalguns casos, muito importante.

-O JournalistTweets e o Muckrack já funcionam como agregadores de jornalistas em vários países. Para quando algo do género em Portugal?


Está em fase de instalação em http://jornalist.as :) Fiquem atentos a esse endereço e ao http://blog.jornalist.as

-Em 140 caracteres dê a sua definição pessoal do que é o Twitter.

O Twitter é uma ferramenta comunicacional com uma versatilidade espantosa.

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