quinta-feira, 18 de junho de 2009

Entrevista -Flávia Paluello


Flávia Paluello é licenciada em comunicação social e tem experiência profissional na área das relações públicas e assessoria de imprensa, trabalhou na Torke 2.0 e executou há pouco tempo trabalho de divulgação para o Sea Life do Porto. Mantém o blog Noticiare tendo como objectivo modificar a forma como a Internet é encarada pelos profissionais de relações públicas em Portugal. Encontrá-mo-la no Twitter e aqui fica a sua resposta a algumas questões sobre o impacto do Twitter nas relações públicas.

- No âmbito das relações públicas o Twitter parece ser uma ferramenta bastante útil. De que modo já se encontra o Twitter a ser utilizado nesse sentido em Portugal?

Em Portugal sei de apenas alguns poucos projectos directamente voltados para a integração das acções de RP de modo tradicional e para a web 2.0. O SEA LIFE (projecto do qual participei e que abriu recentemente no Porto) desenvolveu esta estratégia ao disponibilizar informações sobre as obras e processo de construção do local via fotos pelo twitter e videos via blog específico, por exemplo. Isto criou uma expectativa entre os seguidores que puderam então acompanhar de perto e em tempo real o que acontecia. Mas a grande maioria das empresas ainda evita a web social por medo do desconhecido e mesmo as próprias consultoras como estão muito preocupadas com os projectos tradicionais não oferecem e refutam a importância desta nova vertente qdo fazem propostas aos clientes. Mas há que se ter em mente de que é o futuro. É o que vai se tornar tradicional, principalmente, com o colapso dos meios tradicionais e sua alteração radical que já teve início.

-A Starbucks, multinacional dona da maior rede de cafetarias do mundo, por exemplo, já utiliza o Twitter para manter os seus clientes informados sobre a marca e o seu exemplo já é seguido por muitos. Será a proximidade com o público-alvo a principal vantagem do Twitter?

O twitter tem muitas vantagens para os consultores de rp que o sabem utilizar. Pode-se fazer a gestão da reputação, a divulgação de produtos e serviços e ao meu ver o que é mais importante, pode-se intervir de modo muito mais rápido em situações de crise. O twitter é uma excelente ferramenta para a gestão de crise e ninguém ainda se apercebeu disso aqui em Portugal. Mas isso também pode ser uma desvantagem, quando por exemplo, os consultores esquecem-se de que a rapidez de resposta é negligenciada. Na web social não se pode deixar nada sem resposta. Pois um minuto de silêncio pode significar milhões de mensagens contra uma empresa a espalhar-se de modo viral pela rede.
A rapidez é a maior vantagem do twitter ao mesmo tempo que a maior desvantagem.

-Será que a utilização do Twitter na Publicidade e nas Relações Públicas não irá levar a que o que efectivamente se faça seja spam e não se transmitam mensagens que verdadeiramente interessem aos seguidores do Twitter?

Sim há muitos spammers e muita gente que ainda não sabe como utilizar o twitter para comunicar produtos, marcas e empresas. Mas outra das vantagens do twitter é justamente poder não seguir quem te segue. Ou seja, há um spammer que começa a incomodar e nós podemos bloquear e deixar de receber as suas mensagens ao mesmo tempo em que avisamos o twitter de que é um spammer. O twitter é democrático, se incomoda ou não interessa não és seguido. :)

- Qual a sua opinião relativamente ao possível “assédio” de agências de webmarketing e de de determinadas marcas a jornalistas para que os seus produtos sejam mencionados no Twitter? Considera lícito um jornalista fazer publicidade no seu twitter pessoal?

É um assunto polémico com alguns casos já conhecidos nos EUA e, principalmente, no Brasil. Sei que em Portugal, para já e num futuro próximo não acontecerá. Exactamente pelo medo que as grandes empresas e suas consultoras de comunicação tem da web social. Mas daqui uns anos, pode tornar-se um assunto a ser discutido deontologicamente. Para já, o que vi no Brasil foram casos e casos, ou seja, alguns válidos outros mal conduzidos. Como utilizadora do twitter sei que o principal para qualquer comunicação em web social é a transparência, portanto, se tiverem jornalistas a trabalhar para publicitar produtos e marcas, tem de ser com transparência. O caso do Marcelo Tas foi muito discutido, mas a minha opinião é que a partir do momento em que declarou em todos os meios que detinha (twitter, blog, e tc) de que estava a ser pago para falar de um produto, que ia fazê-lo em algumas mensagens mas que isso não interrompia, nem aumentava o fluxo normal de mensagens e seus conteúdos não acho que poderia ser visto como problema. Até porque, novamente, podemos deixar de seguir as pessoas que incomodam.

-Em 140 caracteres diga o que pode significar o Twitter para as Relações Públicas e para a Publicidade.

O futuro da comunicação :-)

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